O obstáculo no caminho, torna-se o caminho. Nunca te esqueças, dentro de cada obstáculo está uma oportunidade para melhorar a nossa condição.
Ryan Holiday no The Obstacle is The Way
Já reparaste que todos os filmes, séries e histórias têm certos pontos em comum?
Imagina que ias ver um filme onde a personagem vivia o seu dia, perfeitamente normal e não acontecia mais nada.
Ia ser uma seca certo? É por isso que, em todas as histórias que tu gostas, há um momento de tensão.
Um problema.
O segredo de uma boa história é colocar um obstáculo à frente da personagem principal e vê-la crescer e ultrapassar os seus limites.
E adivinha? Apesar de não teres câmaras à tua volta, a tua vida também pode ser considerada como um filme! E como todos os filmes, vai ter problemas.
Aquilo que queremos fazer hoje é mostrar-te algumas formas de lidares com os problemas que aparecem.
“Sou assim desde que nasci”
Para um homem com um martelo, tudo parece um prego.
Ao longo da tua vida desenvolveste "padrões" para resolveres problemas.
Mas se essa é a única forma que conheces para lidar com eles, então vais sempre fazer a mesma coisa. E isso pode impedir-te de olhares para os obstáculos de uma forma diferente e mais eficaz.
Imagina que cada vez que tens um problema, entras em pânico.
Deve ser horrível!
A solução é aprenderes outras formas de lidar com os problemas.
“Ah, mas eu sempre fui assim.”
Não.
Tu nem sempre foste assim. Simplesmente já te habituaste a lidar com os problemas dessa forma. Mas podes deixar esse hábito e ganhar outros!
E tudo começa com o PNE.
As 3 formas de lidar com problemas - P.N.E.
Cada pessoa é única e, por isso, a forma como lida com os seus problemas também.
No entanto, de acordo com Ted James e Wyatt Woodsmall, existem 3 modelos que podemos destacar:
Pânico
No momento
Estrutura
1- Pânico
Encontras um problema e a partir daí segues numa espiral negativa.
A ansiedade dispara e dás por ti:
sem saber o que fazer ou
a fazer coisas sem sentido nenhum
É horrível viver os problemas assim mas, infelizmente, é o modo mais comum.
O foco está de tal forma no problema que a hipótese de haver solução nem aparece.
Restam-nos então os outros dois modos do PNE.
Mas antes de percebermos cada um deles, temos de ter em conta o principal fator que os diferencia.
Problemas Intermédios
Quando temos algum problema, existem 2 "pontos" que se destacam:
o problema em si
a solução.
Resolver um problema é encontrar e percorrer o caminho para a solução.
No entanto, no meio, podem aparecer aquilo a que chamamos PI(problemas intermédios).
A forma como lidas com estes problemas intermédios (caso eles apareçam) é a grande diferença entre os próximos dois modos que te queremos apresentar.
2 - No momento
É a abordagem que te permite agir mais rapidamente para chegar à solução.
Consiste em 2 passos simples:
Identificar Solução
Agir
Em vez de entrares em pânico, olhas para o problema, percebes qual a solução imediata e passas à ação.
Exemplo:
Chegas a casa, percebes que não há pão (problema).
Decides ir comprar pão (solução e ação).
Este método tem 2 vantagens:
Resolves as coisas o mais cedo possível;
Contribui para um bem-estar mais imediato (saber que estás a fazer alguma coisa para resolver o problema muda a forma como te sentes)
No entanto, tem 1 desvantagem:
Não prevê a existência de problemas intermédios.
Eis um exemplo:
Chegas a casa, percebes que não há pão (problema).
Decides ir comprar pão (solução e ação).
Chegas à padaria e esqueceste-te da carteira (problema intermédio).
Neste modo, cada vez que aparece um PI, o foco é na solução mais rápida até chegar à solução final.
Vamos ver a alternativa.
3 - Estrutura
É a abordagem que te permite agir com mais detalhe face a um problema.
Esta abordagem tem 5 passos:
Identificar uma solução
Calcular PI possíveis
Programa PS (possíveis soluções) possíveis
Agir
Corrigir (caso necessário)
Em vez de entrares em pânico ou passares logo à ação, passas mais tempo a analisar e a criar um plano.
Chegas a casa e percebes que não há pão (problema).
Encontras uma solução, ir comprar.
No entanto, lembras-te que tens um trabalho para fazer e precisas do máximo de tempo possível (problema intermédio).
Decides fazer o trabalho primeiro e depois, se tiveres tempo, passas pela padaria (solução intermédias)
Este método tem 1 grande vantagem:
Permite ver em detalhe o que é que pode acontecer e o que podes fazer para resolver os PI que aparecerem. Raramente és apanhado desprevenido.
No entanto, tem 1 desvantagem:
O tempo de planeamento é mais longo e por isso demora mais até conseguires "pôr as mãos na massa" e resolver o problema.
Qual devo escolher?
Tirando o pânico, que deves evitar, depende.
Não há nenhum modo certo ou errado, melhor ou pior.
Depende do problema, de ti e da pessoa que és.
Há certas situações em que aquilo que precisas é agir rapidamente. Há outras vezes em que resolver no momento pode dar origem a problemas intermédios ainda maiores.
Aquilo que queremos é que tenhas acesso a estas duas ferramentas e que possas começar a usá-las para lidar com os problemas do teu dia-a-dia.
Resumindo tudo numa única ideia:
Rapidez vs Detalhe.
Há obstáculos que têm de ser tratados com rapidez.
Há obstáculos que têm de ser tratados com detalhe.
Escolhe qual destes dois modos faz sentido e aplica-os.
Partilha connosco se já usavas algum destes e quais os resultados que tiveste com cada um deles, queremos saber a tua experiência!
Até breve.