Há uns anos atrás, uma ONG percebeu que havia uma aldeia em África que não tinha acesso a água potável. Para resolver este problema, desenharam um garrafão que filtrava água suja e transformava-a em água potável.
Criaram um protótipo e foram até à aldeia, felizes e confiantes.
Qualquer pessoa iria querer água potável! O preço que eles tinham definido para o garrafão era barato o suficiente para os aldeões comprarem e, assim, puderem produzir mais garrafões. Tudo estava alinhado.
No primeiro dia mal venderam garrafões.
Foi um choque.
Era água potável! Uma coisa básica para a sobrevivência! Qual era o problema?!
Não era o preço (que não só era suportável para os aldeões como reduzia as despesas de saúde e aumentava a produtividade) ou a qualidade do produto.
O problema era uma mudança.
Seja em África, Nova Iorque ou na tua turma, onde há pessoas, há resistência à mudança.
A tribo estava habituado a água suja.
Era mau? Sim.
Mas era confortável, era conhecido.
Tirando alguns membros, dispostos a arriscar, maior parte dos outros habitantes preferia o conforto da água suja!
Confrontados com esta realidade, a equipa começou a pensar como mudar isto. E descobriram a chave para inverter a situação:
O Estatuto.
Fizeram uma experiência na escola da aldeia.
Levaram 2 amostras de água, uma antes de ser filtrada e uma depois. Levaram também uma série de microscópios para os alunos poderem ver a diferença entre uma e outra. Depois desta pequena experiência, voltaram para sua banca e esperaram.
Os garrafões começaram a vender.
Porquê? Porque a equipa daquela ONG percebia como funcionam os seres humanos.
Depois da experiência, os alunos chegaram a casa e partilharam com os pais aquilo que viram. A quantidade de micróbios e bactérias presentes na água suja. Alguns desses pais, movidos por esta nova informação, arriscaram comprar um dos garrafões.
E de repente, havia 2 tipos de pessoas:
as que tinham água potável;
as que não tinham água potável;
Em que equipa é que preferias estar?
Quando pessoas suficientes adotaram a ideia da água potável, deu-se início uma competição por estatuto. Se o meu vizinho tem, eu também tenho que ter.
Se alguém for recebido numa casa onde havia água potável e depois visitasse outra onde a água era suja, o que iria pensar da segunda casa?!
Ninguém queria ficar para trás.
E com esta experiência conseguiram dar água potável a uma aldeia que, até então, preferia beber água suja.
Tudo por causa do Estatuto.
É fácil achar que isto só acontece em histórias remotas, que pouco têm que ver contigo. Mas não.
O estatuto está presente no teu dia-a-dia.
Se não tiveres cuidado com ele, podes acabar por te prejudicar. Podes estar a deixar que ele te prenda num sítio que não gostas mas que é confortável ou a querer agradar a toda a gente e deixares de ser tu próprio.
É importante teres consciência que esta força existe para depois decidires o que fazer com ela!
Pensa nisso.